Dicas de Saúde

Jejum intermitente prejudica o emagrecimento
Privar-se de comida por longas horas pode levar a resultados falsos na dieta.

Quando se trata da busca pelo corpo perfeito, muitas pessoas não associam isso à saúde. O jejum intermitente, por exemplo, propõe pular refeições, ficando-se longos períodos sem comer.
Porém, mais que eliminar peso ou conquistar a cinturinha dos sonhos, é preciso estar atento a como o seu organismo está fazendo isso. Nem sempre o peso mostrado na balança é sinal de sucesso na dieta. Entenda os perigos do jejum prolongado.

Não se engane: Jejum intermitente não é benéfico

O nutricionista Rafael Longhi, docente do Centro Universitário Metodista (IPA-RS) e pesquisador do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) explica que, atualmente, existe um modismo em relação ao jejum intermitente.
O profissional conta que há uma falsa ideia que essa proposta de treino, por não ter a oferta de carboidratos, faria com que o corpo usasse lipídeos (gordura corporal) como fonte de energia.
"Digo falsa ideia porque nem todas as pessoas, na verdade a maioria delas, estão treinadas para suportar esse treino e usar de forma eficiente as gorduras reservadas em nosso organismo", explica Rafael.
Segundo o especialista, nosso organismo sabe muito bem guardar gorduras (obesidade), mas, para oxidá-las (eliminá-las do corpo), nós temos que ensinar o corpo a fazer isso. Esse treinamento demanda tempo e dedicação.
As chamadas dietas “low carb”, com baixo teor da carboidratos na alimentação, pregam uma espécie de restrição calórica com objetivo da perda de peso. No entanto, Rafael alerta para a necessidade de discutir a individualidade metabólica, ou seja, ter consciência que cada organismo age de uma forma específica e nem todos que fizerem esse tipo de regime terão os mesmos resultados.
Na maioria das vezes, restrição calórica é sinônimo de perda de massa magra e de água. Ou seja, a pessoa emagrece desidratando e eliminando músculos. Quando termina esse tipo de dieta, ocorre o famoso “efeito sanfona”.
"Como qualquer projeto nutricional, esse deve ser feito sob supervisão de um nutricionista, e não a partir dos posts da blogueira fitness. Dietas são individualizadas", completa o profissional.

Exercícios em jejum levam à perda da massa magra. Foto: Shutterstock

Os prejuízos do jejum intermitente

Organismos agem de forma diferente a um mesmo estímulo. Se duas pessoas fizerem um mesmo treinamento, esse treino pode ser altamente desgastante para uma e extremamente simples para o outra.
"Imagine você fazendo o treinamento dos jogadores de vôlei da Seleção Brasileira. O que quero dizer é que, se a pessoa que fizer o jejum intermitente for uma pessoa destreinada, ela terá diversos prejuízos", exemplifica o nutricionista.
Confira algumas consequências citadas pelo pesquisador:
- Esse treino será de alta intensidade. Sendo assim, não haverá oxidação de lipídeos, então você não vai emagrecer, mas perderá água e músculos e ficará mais cansado.
- Sua frequência cardíaca pode aumentar, podendo gerar transtornos cardíacos.
- Existem alguns hormônios que potencializam a perda de massa magra e o envelhecimento celular, que serão liberados em excesso durante essa prática, como o cortisol e a adrenalina.
No curto prazo, essa prática pode gerar cansaço extremo, emagrecimento pela perda de músculos, desidratação e queda de rendimento. No médio e no longo prazo, pode levar a transtornos cardíacos graves.
"Procure sempre um educador físico para avaliar a real necessidade desse tipo de treino e um nutricionista do esporte, pois a dieta é considerada 80% do sucesso de um bom treino", finaliza Rafael.

Você aposta no jejum intermitente ou acredita que uma reeducação alimentar é mais benéfica? Consulte um profissional e atinja o seu objetivo com mais saúde!

Fonte: http://vivomaissaudavel.com.br/alimentacao/dietas/jejum-intermitente-prejudica-o-emagrecimento/


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