Bateu a
fome, mas você está sem tempo para cozinhar. Qual a saída? Aquela lasanha
pronta, o salgadinho de pacote ou a tão tradicional bolacha recheada. Para
aqueles que andam na onda mais saudável, uma refeição light congelada ou uma
barrinha de cereais com iogurte fazem a vez.
Não é
novidade que esse tipo de cardápio não é o ideal, pois além de ser menos
saboroso, tem teor nutritivo baixo. Por outro lado, não há como fechar os olhos
para a realidade: os alimentos industrializados estão por aí e vão ser
consumidos por muitos, seja por falta de tempo ou por agradarem o paladar. O
que fazer, então?
O primeiro passo é não se desesperar.
Muitos portais de gastronomia criam pavor diante de qualquer alimento
processado, como se você mordesse aqui e morresse ali. O importante é ter
informação sobre a porção ideal a ser consumida, saber identificar o que está
comendo, quais são os problemas que o consumo exagerado pode acarretar e, com isso,
escolher a melhor opção.
DE OLHO NO RÓTULO
Desde 2001, o rótulo com informações
nutricionais é obrigatório em qualquer produto regulado pela Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável pelas normas de Rotulagem
de Alimentos Industrializados. Mas nem sempre recebe a atenção merecida do
consumidor.
Em geral, os rótulos trazem dados
baseados na quantidade saudável que podemos consumir, quanto a porção daquele
alimento contribui para o total de nutrientes diários, calorias, a quantidade
de vitaminas, proteínas, carboidratos, gorduras, fibras e sódio.
“É importante verificar todos os
nutrientes presentes na tabela nutricional (que fica geralmente na parte de
trás do produto) e considerar o tipo de alimento em questão. Por exemplo, um alimento
integral deve ter quantidade significativa de fibras. Se não tiver, desconfie.
De maneira geral, é sempre importante atentar para a quantidade de gordura
saturada, gordura trans e sódio, nutrientes que habitualmente os brasileiros
consomem em quantidade acima da recomendação”, explica a nutricionista Mirella
Pasqualin, da consultoria nutricional RG Nutri.
Segundo a especialista, considerando
uma dieta padrão de 2000 calorias (recomendada para um adulto), o valor diário
para cada nutriente deve ser:
·
Carboidratos:
300g
·
Proteínas:
75g
·
Gorduras
Totais: 55g
·
Gorduras
Saturadas: 22g
·
Fibra
Alimentar: 25g
·
Sódio:
2000 a 2400mg.
·
Açúcares:
150 g
“Essas quantidades devem ser
consumidas ao longo do dia, divididas entre as principais refeições (café da
manhã, almoço, jantar) e lanches intermediários”, reforça Pasqualin.
Para calcular o percentual do Valor
Diário recomendado (%VD – esse valor também está presente no rótulo),
utiliza-se apenas uma regra de três. Pasqualin dá um exemplo: “Você possui uma
fatia de pão cujo rótulo indica 23g de carboidrato. Como o consumo diário deve
ser em torno de 300g de carboidrato, o resultado é que nessa fatia de pão
contém aproximadamente 8% do valor necessário em um dia inteiro.”
Cálculo: 300g (quantidade diária) –
100%
23g (quantidade da fatia de pão) – x%
x = 100 x 23/300
x%= 7,67% ~ 8%
O problema que requer sua atenção é:
os valores nutricionais dos produtos são informados por quantidades
pré-estipuladas de porções, e não pela quantidade do produto inteiro. Um pacote
de salgadinhos de 100g muitas vezes traz as informações para uma porção de 25g.
Porém, todo mundo sabe que a maioria come o pacote inteiro do salgadinho de uma
vez. Assim, muitas vezes consumimos além do recomendável com a ilusão de que
estamos ingerindo somente aquele valor indicado. E exceder quantidades ao longo
da vida pode acarretar vários problemas à saúde.
“As gorduras
saturadas, presentes naturalmente nos alimentos de origem animal, como leite
integral, queijos e carnes; e as tão temidas gorduras trans, dos salgadinhos em
pacotes, biscoitos, sorvetes e margarinas, podem contribuir para o aumento do
colesterol ruim (LDL) e risco do desenvolvimento
de doenças do coração. Assim como o sódio, muito presente em embutidos, que se
consumido em demasia pode elevar a pressão arterial”, explica a nutricionista.
Açúcar é outro ingrediente perigoso.
Seu excesso pode causar obesidade, cáries e diabetes. Alimentos cheios de
açúcar refinado, farinha branca e óleos oxidados podem causar inflamação
no organismo.
Publicado em 28/09/2015.
Revisado em 21/06/2016.
Fonte: https://drauziovarella.com.br/alimentacao/como-ler-corretamente-os-rotulos/