Mascavo, refinado, demerara, cristal: o que você
sabe sobre eles? Entenda as características de cada um e escolha a opção mais
saudável para sua alimentação
Por Cristiane PerroniRio de
Janeiro
Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), o consumo diário de açúcar deve corresponder a, no máximo, 5% do valor calórico total da
dieta. Ele possui relação positiva com o aparecimento de cáries, elevação de
triglicerídeos, diabetes tipo 2, sobrepeso, obesidade, síndrome metabólica.
Quando ingerimos açúcares
refinados e carboidratos refinados, os quais apresentam maior índice glicêmico,
há elevação da glicose sanguínea, estimulando o pâncreas a liberar insulina.
Com o consumo elevado de açúcares, haverá grande quantidade de insulina na
corrente sanguínea, podendo ocorrer hiperglicemia e armazenamento do excesso na
forma de gordura. A liberação cada vez maior de insulina para a corrente
sanguínea pode gerar resistência à insulina (a insulina em excesso não funciona
bem) e, a longo prazo, diabetes.
O açúcar é produzido a partir da extração
do caldo da
cana-de-açúcar de forma industrial. As etapas são: moer,
filtrar e ferver o caldo, centrifugar o melado transformando-o em açúcar
mascavo. A adição de compostos químicos vai definir qual o tipo será produzido:
- Mascavo: açúcar bruto da cana de açúcar que não passou por
nenhum tipo de refinamento, conservando vitaminas do complexo B e minerais como
cálcio, ferro, magnésio, cobre, potássio, fósforo. Possui a cor mais escura e
sabor forte.
- Demerara: levemente refinado, apresentando a cor branca.
Entretanto não possui adição de produtos químicos, preservando os minerais.
- Refinado: o processo de refinamento conta com a inclusão de
aditivos químicos, como o enxofre, tornando o produto branco e de sabor mais
agradável ao paladar. O processo de refinamento retira as vitaminas e minerais.
- Cristal: passa por etapas de refinamento que retiram 90% dos
minerais, possui cristais grandes e transparentes, mais difíceis de dissolver
em líquidos. Muito utilizado em receitas culinárias por ser econômico e render
bastante
Outros tipos de “adoçantes”:
- Melado: forma líquida extraído diretamente da cana, ele tem forte poder de
adoçar. Rico em cálcio, ferro, magnésio, potássio, cobre e zinco. Pode ser
levado ao fogo sem perder suas propriedades benéficas à saúde.
- Mel natural: contém pólen da abelha, propriedades
antioxidantes e antibióticas, vitaminas e minerais. Não deve ser aquecido para
não perder suas propriedades.
- Açúcar de coco: produzido a partir do líquido das flores da
palma de coco. Livre do uso de agrotóxicos e aditivos químicos, ele é 100%
natural (não é processado), possui baixo índice glicêmico, é fonte de diversas
vitaminas e minerais. Altera um pouco o sabor dos alimentos. Atualmente, é
considerado um tipo de açúcar mais saudável.
- Agave: “calda” obtida a partir de uma planta mexicana
conhecida como Agave Azul, a mesma planta usada para produção da bebida
tequila. Adoçante 100% vegetal e natural; fonte de ferro, potássio, cálcio e
magnésio. Maior poder de adoçar, sendo utilizado em menor quantidade do que os
demais açúcares. Já foi considerado um bom adoçante em substituição ao açúcar,
atualmente sua utilização vem sendo questionada.
O agave possui menor índice glicêmico do que alimentos ricos em
glicose (exemplo açúcar mascavo), mas o xarope de agave tem alto teor de
frutose (80% a 90% da sua composição). A frutose é metabolizada de forma
diferente da glicose, precisa ser direcionada ao fígado, onde é convertida em
glicose. Quando consumida em excesso, leva o fígado a trabalhar mais, podendo
acarretar a esteatose hepática (“gordura no Fígado”) e resistência à insulina.
Precisamos treinar o nosso paladar com o objetivo de reduzir ao
máximo a utilização de açúcar em bebidas e preparações culinárias. Devemos
utilizar qualquer tipo de açúcares/adoçantes, mesmo os mais saudáveis em
pequena quantidade e com baixa frequência.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/2016/04/voce-conhece-os-diversos-tipos-de-acucar-especialista-explica-diferencas.html